1.Introdução:
O Charreteamento é uma modalidade de Doma de Baixo onde a pessoa conduz e adestra o seu animal no solo, utilizando para isso material, normas e comandos próprios para essa modalidade de adestramento.
Ele pode ser bastante sofisticado a ponto de realizar figuras difíceis e complexas Alta Escola. Pode ser simples e básico na preparação e condicionamento do animal jovem, iniciando-o de maneira carreta, natural e sem traumas na sua futura vida de cavalo de sela.
Várias são as escolas que praticam essa modalidade; cada uma com suas nuances. no entanto, as mais evoluídas e que realmente apresentam bons resultados são poucas, principalmente em se tratando da raça Mangalarga Marchador. Algumas apresentam resultados insignificantes e a grande maioria conduz a resultados desastrosos.
Devemos ter muito cuidado com a adaptação dessa modalidade para o Mangalarga Marchador a fim de não incorrermos em erros grosseiros que aconteceram no passado bem próximo, quando copiamos o Charreteamento dos Americanos Quartista, sem enxergarmos suas limitações e sem respeitarmos as particularidades dos nossos animais.
Hoje temos já comprovado, com sucesso, nosso Charreteamento Simples e Básico, baseado em Escolas Tradicionais com fundamentos clássicos. Essa por sua vez, muito mais próxima de nossos cavalos e dos nossos costumes: A Escola Andaluza, a Lusitana e a Lipisana.
Vale salientar que muitos novos animais, seguindo esse processo, obtiveram sucesso em pista. A exemplo disto, um animal de apenas 30 montadas, se colocou entre os dois melhores animais do concurso de marcha Nacional em 2000, graça ao conduzem; sem técnicas e artefatos mirabolantes. De outra forma, esse animal jamais teria conseguido chegar a esse ponto em tão pouco tempo e com tanta naturalidade e flexibilidade.
2. Material Básico Utilizado:
- Selim com pelo menos três posições de rédeas;
- Rédeas longas com comprimento variando de acordo com o tamanho do animal e posição do condutor;: normal; - Pinga própria para o charreteamento;
- Cabeçada e bridões próprios para iniciação;
- Cabresto com guia curta aproximadamente 2 metros.
Os Materiais Básicos, suas regulagens e seus corretos manuseios deves ser devidamente orientados por instrutor competente.
3.Fases do Charreteamento Básico:
1- Colocação do arreamento;
2- Adaptação do animal;
3- Endireitamento;
4- Mudança de Ponto de Referência;
5- Paradas(altos), Partida ao passo e Aproximação;
6- Transições(Alto, Passo e Marcha);
7- Altos e Meias Paradas na Marcha;
8- Meias Voltas, Maia Volta Invertidas, Voltas e Círculos;
9- Iniciação com Recuo
10- Primeiras Montadas.
A duração de cada fase, bem como o tempo total de finalização do Charreteamento Básico de Mangalarga Marcador, depende da evolução de cada animal e da experiência do condutor. Geralmente charreteando o animal todos os dias, com 15 a 20 charreteadaso animal estará pronto para ser montado.
A partir da sétima fase podemos sair inclusive para o exterior, a fim de não estressarmos muito o animal e tornarmos o trabalho mais interessante para ele.
Repetimos as fases sempre que for necessário para fixar os comandos e consolidarmos o adestramento.
O detalhamento e o ensinamento de cada fase, depende da prática, e também de um bom e experiente instrutor sem o qual não podemos de maneira alguma garantir bons resultados
Final do Charreteamento Básico da Mangalarga Marchador
A complementarmos o charreteamento Básico do Mangalarga Marchador, o animal deverá:- Estar Direito e para Frente
- Estar apoiando levemente e confiante na mão do condutor
- Se apresentar com maxilar descontraído
- Estar com pescoço bem colocado e confirmando
- Estar com a nuca flexionada e a cabaça colocada corretamente
- Apresentar Marcha desenvolvida, estilosa e cadenviada
- Realizar Altos com estilo, leveza e retilinidade
- Realizar as transições com perfeição
- Realizar todas as voltas, círculos e curvas com cadência, ritmo e se encurvando corretamente
- Recuar 4metros com cadência, estilo e retilinidade
- Permanecer em estação, imóvel na aproximação e quando for montar
4. Considerações Finais:
Esse resumo, bastante sucinto, foi extraído de apostila da EMA feita por Fernando Mello Vianna. Seria muita irresponsabilidade, da nossa parte, lançarmos mão da Apostila Completa sem acompanharmos, na prética o desenvolvimento do cavalo e instruindo.
Se o Charreteamento não for bem feito, é preferível não fazê-lo, pois pode trazer problemas irreversíveis ou de difícil correção. Por isso devemos realizálo com pessoa experiente ou fazer curso com pessoas idôneas e de conhecimento comprovada com cavalos maechadores. A literatura é escassa e são poucas confiáveis, infelizmente.
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