terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Charreteamento

1.Introdução:


 O Charreteamento é uma modalidade de Doma de Baixo onde a pessoa conduz e adestra o seu animal no solo, utilizando para isso material, normas e comandos próprios para essa modalidade de adestramento.
 Ele pode ser bastante sofisticado a ponto de realizar figuras difíceis e complexas Alta Escola. Pode ser simples e básico na preparação e condicionamento do animal jovem, iniciando-o de maneira carreta, natural e sem traumas na sua futura vida de cavalo de sela.

 Várias são as escolas que praticam essa modalidade; cada uma com suas nuances. no entanto, as mais evoluídas e que realmente apresentam bons resultados são poucas, principalmente em se tratando da raça Mangalarga Marchador. Algumas apresentam resultados insignificantes e a grande maioria conduz a resultados desastrosos.

 Devemos ter muito cuidado com a adaptação dessa modalidade para o Mangalarga Marchador a fim de não incorrermos em erros grosseiros que aconteceram no passado bem próximo, quando copiamos o Charreteamento dos Americanos Quartista, sem enxergarmos suas limitações e sem respeitarmos as particularidades dos nossos animais.

 Hoje temos já comprovado, com sucesso, nosso Charreteamento Simples e Básico, baseado em Escolas Tradicionais com fundamentos clássicos. Essa por sua vez, muito mais próxima de nossos cavalos e dos nossos costumes: A Escola Andaluza, a Lusitana e a Lipisana.

 Vale salientar que muitos novos animais, seguindo esse processo, obtiveram sucesso em pista. A exemplo disto, um animal de apenas 30 montadas, se colocou entre os dois melhores animais do concurso de marcha Nacional em 2000, graça ao conduzem; sem técnicas e artefatos mirabolantes. De outra forma, esse animal jamais teria conseguido chegar a esse ponto em tão pouco tempo e com tanta naturalidade e flexibilidade.


 2. Material Básico Utilizado:


 - Selim com pelo menos três posições de rédeas;
 - Rédeas longas com comprimento variando de acordo com o tamanho do animal e posição do condutor;: normal; - Pinga própria para o charreteamento;
 - Cabeçada e bridões próprios para iniciação;
- Cabresto com guia curta aproximadamente 2 metros.

 Os Materiais Básicos, suas regulagens e seus corretos manuseios deves ser devidamente orientados por instrutor competente.

 3.Fases do Charreteamento Básico:


 1- Colocação do arreamento;
 2- Adaptação do animal;
 3- Endireitamento;
 4- Mudança de Ponto de Referência;
 5- Paradas(altos), Partida ao passo e Aproximação;
 6- Transições(Alto, Passo e Marcha);
 7- Altos e Meias Paradas na Marcha;
 8- Meias Voltas, Maia Volta Invertidas, Voltas e Círculos;
 9- Iniciação com Recuo
 10- Primeiras Montadas.
 A duração de cada fase, bem como o tempo total de finalização do Charreteamento Básico de Mangalarga Marcador, depende da evolução de cada animal e da experiência do condutor. Geralmente charreteando o animal todos os dias, com 15 a 20 charreteadaso animal estará pronto para ser montado.
 A partir da sétima fase  podemos sair inclusive para o exterior, a fim de não estressarmos muito o animal e tornarmos o trabalho mais interessante para ele.
 Repetimos as fases sempre que for necessário para fixar os comandos e consolidarmos o adestramento.
 O detalhamento e o ensinamento de cada fase, depende da prática, e também de um bom e experiente instrutor sem o qual não podemos de maneira alguma garantir bons resultados

Final do Charreteamento Básico da Mangalarga Marchador

 A complementarmos o charreteamento Básico do Mangalarga Marchador, o animal deverá:
-  Estar Direito e para Frente
-  Estar apoiando levemente e confiante na mão do condutor
-  Se apresentar com maxilar descontraído
-  Estar com pescoço bem colocado e confirmando
-  Estar com a nuca  flexionada e a cabaça colocada corretamente
-  Apresentar Marcha desenvolvida, estilosa e cadenviada
-  Realizar Altos com estilo, leveza e retilinidade
-  Realizar as transições com perfeição
-  Realizar todas as voltas, círculos e curvas com cadência, ritmo e se encurvando corretamente
-  Recuar 4metros com cadência, estilo e retilinidade
-  Permanecer em estação, imóvel na aproximação e quando for montar

4. Considerações Finais:


    Esse resumo, bastante sucinto, foi extraído de apostila da EMA feita por Fernando Mello Vianna. Seria muita irresponsabilidade, da nossa parte, lançarmos mão da Apostila Completa sem acompanharmos, na prética o desenvolvimento do cavalo e instruindo.
   Se o Charreteamento não for bem feito, é preferível não fazê-lo, pois pode trazer problemas irreversíveis ou de difícil correção. Por isso devemos realizálo com pessoa experiente ou fazer curso com pessoas idôneas e de conhecimento comprovada com cavalos maechadores. A literatura é escassa e são poucas confiáveis, infelizmente.

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